sexta-feira, 20 de julho de 2012

....Rogério Charraz

“Solta-se a voz cá do fundo” quando o entrevistado é o cantautor, de 34 anos, Rogério Charraz.
Uma honra, para mim, entrevistar um amigo, já há uns anos “em laboratório” pelo meio musical, rodeado de excelentes músicos e influências que se reflectem neste seu primeiro trabalho discográfico, de seu nome “A Chave” – uma porta aberta para um arco-íris de sonoridades que apetecem e não se esquecem…
Convosco e comigo, aqui e agora… Rogério Charraz…

Quem é o Rogério Charraz?
Sou eu! :) Alguém que gosta de fazer canções e de comunicar através delas. 
 Sei que tens como influências musicais nomes como Trovante, Fausto, Sérgio Godinho, Zeca Afonso, entre outros... como se traduzem estas influências no teu trabalho?
Creio que se traduzem de várias formas. Desde logo na forma de entender que a canção é um todo formado por duas metades, letra e música, e que ambas têm que ter a mesma importância e o mesmo respeito. Depois quando se passam muitas horas a ouvir a musica dos que nomeaste, e de outros como o Jorge Palma, o Rui Veloso ou o Lenine, acaba por se ir buscar coisas ao subconsciente: ambientes, sons, conceitos, etc. 
A mescla de produtores e compositores com que te tens vindo a cruzar também te influenciaram... Queres desenvolver? Estou a lembrar-me, por exemplo, do Alexandre Manaia, do José Mário Branco, da Sílvia Nazário...
São três tipos de envolvimentos diferentes, mas todos eles marcantes. Claro que trabalhar com gente que é muito boa no que faz, e que tem muita experiência acumulada, nos valoriza muito e nos faz crescer de forma exponencial.

A música sempre foi o teu grande sonho?
A música é uma das minhas grandes paixões, desde muito miúdo. Mas as coisas foram acontecendo de forma muito gradual, nunca foi uma obsessão... Agora, é um grande privilégio poder trabalhar em algo que se gosta muito!
 Em que é que o teu último trabalho discográfico, "A Chave", modificou a tua vida?
Este disco tem-me dado muita visibilidade, o que é bom porque me permite ir conseguindo dedicar-me a tempo inteiro à musica. Nós partimos para este desafio com a plena consciência que queremos construir um caminho sólido e sustentado, que não se esgote numa música ou num disco, e por isso temos ido passo a passo, sem a procura do sucesso efémero...
 Porquê o nome "A Chave"? Estás a abrir a porta de uma casa onde ainda terás muito para desvendar?
Gostámos deste simbolismo da chave, que é um objecto muito pequeno que abre portas muitas vezes enormes. A canção que dá título ao disco fala na "chave que abria o amanhã", e queremos que este disco seja precisamente a chave que nos abra as portas do nosso espaço na música portuguesa, e como disse anteriormente, que tenha um seguimento...
 Sabes como gosto deste teu trabalho... é uma mistura de ritmos que vestem letras riquíssimas e muito bonitas. Existe alguma canção que te marque mais?
Não consigo deixar de cair no lugar comum: todas as canções que fazemos nos marcam de uma maneira única, e todas elas fazem parte de nós e contam a nossa história. Mas claro que o "Grito Vagabundo" tem um carácter diferente, por ter sido feita para um familiar que faleceu em condições dolorosas...
 Qual é a tua sensação ao assistires a uma novela da TVI onde "Grito Vagabundo" ainda reforça mais o encanto da paisagem de Castelo de Vide?
A sensação é naturalmente boa, porque todos sabemos que a TV é um meio poderoso, que chega a muita gente (principalmente sendo uma das novelas que lideram as audiências). Se juntarmos a isso o facto de estar associada a uma bonita cidade, ainda por cima alentejana (como uma das minhas "costelas"), é fantástico!
 Como diria o Edgar Canelas, da Antena 1, "tu já vens por caminhos muito interessantes na música". No teu percurso, como te conseguiste enriquecer? É tudo fruto da inspiração ou existe um trabalho árduo de pesquisa, de escuta e aprendizagem?
Há um conjunto muito diverso de factores. De facto, apesar de ter editado agora o primeiro disco em nome próprio, já trabalho na música há mais de quinze anos, o que me permite ter alguma experiência acumulada, e uma melhor definição do que quero e do que não quero fazer. Eu não sou um músico com base académica (com muita pena minha), pelo que a minha aprendizagem foi feita a ouvir os mestres (já falámos aqui de alguns), a partilhar palco, salas de ensaio e estúdio com outros músicos, na procura individual da minha musicalidade e com as críticas que as pessoas me fazem. Mas principalmente tenho aprendido muito com os músicos com quem me tenho cruzado...

Não poderia deixar de mencionar, aqui, um local onde tocas e cantas habitualmente..."A Taverna dos Trovadores", em Sintra...
Pois, no outro dia uma amiga dizia-me que já fazia parte da mobília, e de facto tenho uma relação quase umbilical com aquele espaço. É um caso único em Portugal, por ter um ambiente muito familiar, onde convivem várias gerações, e que aposta exclusivamente na música portuguesa e lusófona, há mais de vinte anos e com sucesso! Para mim tem sido também o meu "laboratório", porque como é um espaço onde o público está muito próximo dos músicos, é fácil ir percebendo o que emociona as pessoas, as suas reacções à dinâmica do espectáculo, etc. 
Na divulgação do teu disco, passaste por vários Programas de televisão, espectáculos pelo país, entrevistas... quais são os teus objectivos até ao final do ano?
Vamos iniciar um novo ciclo em Setembro, altura em que promoveremos o tema "Grito Vagabundo", e onde esperamos voltar assiduamente aos meios de comunicação social, e mesmo chegar a alguns que não fizemos no início do ano. Vamos também para a estrada com uma digressão de Outono, que irá passar por vários auditórios do país.
 Já começaste a pensar num novo trabalho ou este é, ainda, "um filho tão pequenino" que precisas de espaço para "nascer outro"?
Nós terminámos as gravações deste disco em Maio de 2011, pelo que já passou algum tempo, e já foram feitas algumas canções que inclusivé já experimentámos em palco. Posso-te dizer que na minha cabeça cerca de 70% do novo disco está definido, e muito em breve iniciarei o processo de pré-produção. Ainda é cedo para dizer quando será editado, até porque existe ainda um longo caminho a percorrer com "A Chave", mas já há algum tempo que está a ser planeado, até porque eu adoro compôr e faço-o com alguma regularidade.
O que te faz SER feliz?
É difícil responder a esta questão de forma resumida. Eu sinto que sou feliz quando estou em harmonia comigo e com aqueles que me rodeiam, e da análise que faço aos 34 anos que já vivi, acho sinceramente que sou feliz, independentemente de ter períodos em que as coisas me correm melhor, e outros pior. No final do dia eu adormeço sempre com uma enorme vontade de acordar no dia seguinte...
Obrigada, Rogério….Será sempre um privilégio, para mim, ter-te nesta varanda de afectos e palavras e, obviamente, ao teu lado, como amiga!

Videos:






4 comentários:

  1. Olá amiga!
    Mas que belo trabalho!
    Espero que continuem a acontecer boas conversas por aqui , tal como esta!
    Sucesso para ti e para o grande artista Rogério Charraz !
    Beijinhos
    Damaris Sanches

    ResponderEliminar
  2. E aqui estou eu a ler as "conversas felizes"...finalmente!
    Parabéns pelo teu novo blog! Muito bom trabalho! Espero continuar a acompanhar este espaço, ficando à espera de novas conversas :)

    Beijo enorme

    Carla Matilde

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada, prima!
      Vêm aí umas boas surpresas... estão a demorar um bocadinho, mas vai valer a pena...
      Beijinho

      Eliminar