terça-feira, 9 de dezembro de 2014

... Fátima Coelho...


Conheci a "Fatinha" há um ano e uns meses, numa loja de shopping, com a qual muito me identifico.
As nossas energias cruzaram-se, cumprimentaram-se e, hoje, somos grandes amigas.

A Fátima Coelho tem 43 anos e é uma "dadora de afetos"... entre as roupas com características étnicas, os acessórios e os incensos,  vêm um sorriso e dois braços acolhedores.
O que mais gosta é mesmo isso... "dar algo aos outros"...

Não hesitei em conversar com ela "publicamente" para que se possa perceber que atrás de um vendedor, está uma pessoa com uma vida, um caminho, ensinamentos, filosofia e sonhos, pois claro...

"A Cabana do Pai Tomás" de Harriet Beecher Stowe e "The Piano Concert nº 3" de Rachamaninoff são o seu livro e música preferidos.

Sentem-se confortavelmente e abram as portas a esta yogui vegan, que é muito humana e não passa despercebida aos mais sensíveis:



Onde e como nasceu esta vontade de ajudar, de mãos dadas, com as vendas/ negócio?

Sempre gostei de dar algo aos outros, um sorriso, uma palavra amiga, reconfortante, um gesto de solidariedade e amizade, e no mundo do comércio, isso é muito fácil porque nos entram pela porta dentro muitas pessoas que, não só buscam algo material, mas algo mais e... tenho uma sensibilidade aguçada para perceber quem está a precisar de algo mais do que um bem material.

O que mais gostas no ato de vender?

O que mais gosto no ato de vender é sem dúvida nenhuma o contacto humano.

O que procuram as pessoas quando entram numa loja? Comprar por necessidade, por vontade, por impulso? …

Cada vez mais e por causa da austeridade as pessoas não compram tanto por impulso, já lá vai o tempo… a maior parte das pessoas entram para satisfazer as suas necessidades, depois claro há aquelas que compram para satisfazer uma carência afetiva, muitas vezes de momento, ou porque estão a passar uma fase pior da sua vida, ou uma data difícil e sentem a necessidade de se mimar, noto isso muito facilmente.

Consegues agrupar as pessoas em “categorias” de clientes? Se sim, quais… como as definirias…

Claro que há sempre categorias de clientes, os que consigo classificar diria:

  • Fáceis - são clientes que dizem claramente o que procuram e se o artigo estiver dentro do parâmetro pedido rapidamente decidem e efetuam a compra;
  • Indecisos - são clientes que normalmente nunca conseguem decidir facilmente o que querem e se se decidem a comprar frequentemente trocam o artigo;
  • Mal encarados - Não querem ser atendidos e não são simpáticos (normalmente não compram )
  • Bons clientes - pedem ajuda para encontrar o que procuram, são simpáticos, criam laços de fidelização à loja e ás funcionárias.

Aproximamo-nos do Natal, de uma época onde o consumo atinge o seu pico… o que é mais difícil de gerir dentro de uma loja? O frenesim? A impaciência das pessoas? A indecisão das mesmas?

Considero que é uma época muito difícil, porque todos esses aspetos existem e com muita intensidade, juntando ainda o orçamento das famílias que é cada vez mais curto para as prendas de Natal, embora note que muitas pessoas querem e fazem gosto em oferecer prendas no Natal.

O que se vende mais? Os artigos mais caros ou com preços mais acessíveis?

vende-se de tudo um pouco, isso depende da capacidade financeira das pessoas, nota-se que quando as pessoas têm capacidade o fator preço deixa de ter a maior importância.

Tu és vegetariana, praticante de Yoga e segues uma filosofia de vida muito saudável… esse estilo de vida, dentro de um shopping, em que "estante" se encaixa? 
Consegue-se muito facilmente conciliar isso tudo porque sempre levo a minha lancheira cheia de comidinha saudável e saborosa. O atendimento numa loja de shopping, quanto a mim, beneficia muito porque uma yôginí como eu coloca no seu dia os ensinamentos e filosofia do Yôga, interioriza-os e começam a fazer parte de si. Logo, nota-se num maior nível de energia para realizar as tarefas, um bem estar comigo que depois se reflete na maneira de estar e atender/ relacionar com os clientes, na gestão dos níveis de stress, na reacção de uma forma adequada a uma reclamação, tudo isso sai beneficiado por se praticar Yôga e ter um estilo de vida saudável.

Se pudesses ter a tua própria loja, ela seria do quê? De roupa? De acessórios? Se pudéssemos entrar nela, agora, como a descreverias?

É algo que ainda não consegui descobrir, penso algumas vezes nisso e ainda não cheguei a conclusão nenhuma, estou a seguir o meu caminho quem sabe, um dia, descubro ou me aparece uma ideia de negócio próprio! Vontade não falta, falta a ideia, tem de ser seguramente uma coisa diferente, de certeza de contacto direto com o público, é o que eu gosto, considero-me um ser muito social, mas o tipo de negócio ainda não apareceu....ainda não teve que ser!! Virá!!!

O que é que te faz feliz?

O que me faz feliz é estar em harmonia com quem eu mais gosto, dar e receber amor!!O contacto com a natureza, a liberdade, o prazer de usufruir bem estar nos pequenos prazeres, como sentir os raios de sol na pele, ouvir um pássaro a cantar, o vento a masajar o rosto, a chuva a molhar a pele, um beijo de uma pessoa que eu goste, o lanche com uma amiga, a companhia de uma bela história num livro...enfim para mim isso é felicidade



 Com um dos seus mestres espirituais

Até ao Natal, apreciem esta conversa... que possamos ser mais espirituais e ponderar as nossas acções e pensamentos, pelo menos, neste balanço anual.

Festas Felizes e até à próxima conversa!




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